quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Violência e vício triunfam na Rússia

Putin pode não ter ordenado o assassinato, por envenenamento, de ex-espião crítico de seu governo, mas o líder russo é o senhor de uma cultura de Estado bandido que legitimou esse tipo de crime

Max Hastings*

Em Moscou, pouco depois do 11 de Setembro, um perspicaz acadêmico russo me disse: 'Não acredite em tudo o que Vladimir Putin afirma sobre como todos nós lamentamos o que aconteceu. Muita gente aqui está vibrando por ver os americanos levarem uma pancada.' Há poucos meses, ouvi um grupo de diplomatas reclamar das dificuldades de trabalhar com os russos. 'Eles ainda vêem a negociação à velha maneira da Guerra Fria, como um jogo em que sempre há vencedores e perdedores', disse um deles. 'Se o Ocidente quer alguma coisa, obrigatoriamente é ruim para Moscou.'

Hoje, poucos entre nós querem ver os russos como inimigos. Admiramos sua música e sua literatura, simpatizamos com sua história espantosa e, há poucos anos, nos encantamos com o fim do amargo e sombrio isolamento no qual eles definharam durante a maior parte do século 20. Justamente porque os vemos com benevolência, é possível identificar um certo rancor pelo flerte malsucedido em nossa resposta a seu comportamento recente, do qual é uma triste manifestação o aparente assassinato de Alexander Litvinenko (ex-espião russo que morreu em Londres no dia 23, após ter sido envenenado por polônio-210, e deixou uma carta acusando Putin).

Por que, tendo experimentado a liberdade e a democracia, eles desejariam voltar às práticas assassinas do stalinismo? Como podem eles consentir com a restauração da tirania por parte do presidente Vladimir Putin? Pois esta é uma nação repentinamente agraciada com riqueza, capaz de permitir que seus cidadãos se tornem prósperos social-democratas, como nós. Em vez disso, para nosso espanto, a Rússia institucionaliza uma cultura de Estado bandido que promete a si mesma repressão e total fracasso econômico, medo e alienação em relação ao restante do mundo. Ouvimos falar de poucos russos que enriqueceram em casa ou no exterior trabalhando honestamente. Em vez disso, as ferramentas do sucesso no universo de Putin são a corrupção, a violência, o vício e o roubo autorizado em escala colossal.

É difícil conceber qualquer cenário em que Moscou lançaria bombardeiros contra o Ocidente. No lugar disso, precisamos encarar uma Rússia nova e desafiadora, fortalecida pela posse de parte substancial das reservas de petróleo e gás do mundo, numa era em que a competição energética será crítica. Mesmo no caso de a Scotland Yard apontar o Kremlin como diretamente responsável pela morte de Litvinenko, é difícil imaginar Tony Blair ordenando, em resposta, a decolagem de caças Typhoon.

Até agora, a resposta dos governos europeus ao banditismo e à intransigência dos russos pode ser elogiada como moderada ou ridicularizada como condescendente. Blair procura forjar uma amizade pessoal com Putin. Por apoiar as políticas de Moscou, o ex-chanceler alemão Gerhard Schroeder ganhou um cargo de diretoria na Gazprom, companhia encarregada da construção de um duto que levará gás diretamente da Rússia à Alemanha. Na cúpula do Grupo dos Oito em São Petersburgo, neste ano, outras potências mundiais procuraram tratar os russos como se fossem iguais a nós, na insistente esperança de que eles se tornem iguais.

Isto parece irreal. No coração das políticas de Putin está uma determinação de restaurar o poder e a influência da antiga União Soviética. É difícil enxergar como isso seria usado para fins que o Ocidente consideraria benignos. Embora as loucuras de George W. Bush tenham degradado o significado da liberdade e da democracia, estas continuam sendo objetivos nobres, que provavelmente nunca serão compartilhados por Moscou. Nesta cidade, motoristas de táxi não ficam constrangidos por levar retratos de Stalin no painel e o historiador britânico Antony Beevor é denunciado porque diz a verdade sobre os excessos soviéticos na 2ª Guerra Mundial.

Os arquivos russos, que foram uma mina de ouro para os pesquisadores durante mais de uma década depois de abertos, agora estão na maior parte fechados de novo. Não há nem sequer a desculpa de que isso reflita exigências de segurança nacional. Simplesmente ocorre que Putin se aborreceu com as revelações que os arquivos nos ofereceram sobre os horrores da era stalinista. O colapso da União Soviética, que o mundo viu como um triunfo da liberdade, é descrito pelo próprio presidente como a maior calamidade do século 20.

A rejeição ocidental do comportamento russo, incluindo o assassinato de Litvinenko, só alimenta a paranóia russa. Nossas esperanças de que o contato com o Ocidente convença a nova Rússia a adotar um comportamento civilizado parecem gastas. 'Às vezes dizemos que é preciso ter muita falta de sorte para nascer na Rússia', disse-me um desolado guia turístico em São Petersburgo há um ou dois anos. O Ocidente não tem escolha a não ser continuar a enfadonha luta para se entender com Moscou. Seria ingênuo, no entanto, prever que a liberdade e o respeito à lei vão triunfar num futuro próximo naquela sociedade trágica, que às vezes parece amaldiçoada.

'Sentimentos complexos de insegurança, inveja e rancor em relação à Europa (...) definem a consciência nacional russa', escreveu Orlando Figes, o eminente historiador britânico. Todas as relações de Putin com o mundo exterior se sustentam numa reivindicação de respeito, numa revolta contra o suposto ar de superioridade do Ocidente. Isto é compartilhado por seu povo, o que explica com bastante clareza por que tantos apóiam suas políticas.

A frustração com a falta de respeito acompanha a política externa russa há séculos e se intensificou sob o domínio comunista. Um romeno que visitou a Rússia em setembro de 1944 ficou impressionado com as aflições aceitas pelo povo sob Stalin. Ele percebeu uma mistura de arrogância e complexo de inferioridade nas atitudes dos russos em relação ao mundo exterior: 'Eles têm consciência de suas grandes vitórias, mas ao mesmo tempo temem não ser respeitados. Isso os perturba.' As respostas russas à ausência de respeito ocidental muitas vezes são idênticas às do delinqüente que ataca um passageiro inocente no trem suburbano porque não gosta do jeito como ele o encara. A violência do Estado é uma parte despudorada da sociedade russa desde tempos imemoriais.

Houve muita apreensão no Ocidente neste ano quando o Parlamento russo endossou formalmente o princípio de que seu governo tem o direito de caçar inimigos do Estado no exterior. Moscou rejeitou a reação estrangeira como hipocrisia burguesa. Afinal, o presidente Bush não havia comprometido os EUA publicamente com uma doutrina de guerra preventiva contra países inteiros que ele considera ameaças à segurança americana? É possível acreditar, como eu, que Putin não ordenou pessoalmente o assassinato de Alexander Litvinenko, mas o presidente russo é o senhor de uma cultura que legitimou esse tipo de crime. Putin não pode negar esta verdade simples sobre sua sociedade: seus amigos e simpatizantes andam pelas ruas seguros e ricos; seus inimigos perecem de maneiras terríveis, com sinistra freqüência. O assassinato de um jornalista russo crítico de seu regime poderia ser considerado mero infortúnio. A morte de 20 ridiculariza as declarações de inocência do Kremlin.

O fim da Guerra Fria se parece cada vez mais com uma daquelas peças que os deuses pregam nos homens. Corremos para celebrar a queda do muro, o fim de uma era na qual Oriente e Ocidente se ameaçavam com a aniquilação nuclear. Mas agora notamos que tratar com uma Rússia rica em recursos energéticos apresenta desafios mais complexos.

É uma ironia notável que a Força Aérea britânica em breve vá receber os primeiros de uma encomenda de 20 bilhões de libras de caças Typhoon, um legado estúpido da Guerra Fria. Todos os governos europeus envolvidos se amedrontaram diante das dificuldades diplomáticas e perdas de empregos que resultariam do cancelamento da encomenda. Estamos prestes a obter uma formidável força de aeronaves destinadas a derrubar bombardeiros soviéticos.

http://www.estado.com.br/editorias/2006/12/03/int-1.93.9.20061203.9.1.xml

Russia e violencia urbana

quinta-feira, 10 de julho de 2008

Nas favelas, no senado
Sujeira pra todo lado
Ninguém respeita a constituição
Mas todos acreditam no futuro da nação

Que pais é esse? (3x)

No Amazonas, no Araguaia, na Baixada fluminense
No Mato grosso, nas Gerais e no Nordeste tudo em paz
Na morte eu descanso mas o sangue anda solto
Manchando os papéis, documentos fiéis
Ao descanso do patrão

Que pais é esse?(4x)

Terceiro Mundo se for
Piada no exterior
Mas o Brasil vai ficar rico
Vamos faturar um milhão
Quando vendermos todas as almas
Dos nossos índios num leilão.

Que pais é esse?(4x)

LEGIÃO URBANA

A Violência urbana


A violência urbana é o mal que assola as comunidades que vivem em centros urbanos. Abrange toda e qualquer ação que atinge as leis, a ordem pública e as pessoas. Muitas são as causas da violência, como: adolescentes desregrados e ilimitados pelos pais, crise familiar, reprovação escolar, desemprego, tráfico em geral, confronto entre gangs rivais, falta de influência política, machismo, discriminação em geral e tantos outros. Apesar de todas as causas citadas acima, a mais importante delas é a má distribuição de renda que resulta na privação da educação e melhores condições de moradia. Todo esse círculo vicioso se origina a partir da falta de condições de uma vida digna que faz com que as pessoas percorram caminhos ilegais e criminosos. Existem autoridades que acreditam na solução da violência por meio de reforço policial, equipamentos de segurança e na invasão de regiões onde o tráfico se localiza, porém tais situações somente geram maiores problemas, pois nessas situações pessoas inocentes que são vítimas dessa situação acabam sendo “confundidas” e condenadas a pagar por algo que não cometeu. A violência urbana engloba uma série de violências como a doméstica, escolar, dentro das empresas, contra os idosos e crianças e tantos outros que existem e que geram esse emaranhado que se tem conhecimento. Inúmeras são as idéias e os projetos feitos para erradicar a violência urbana, porém cabe a cada cidadão a tarefa de se auto-analisar para que a minúscula violência que se tem feito seja eliminada a fim de que grandes violências sejam suprimidas pela raiz.